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sábado, 30 de julho de 2011

Entrevista de Sábado!!!

Como eu disse, este é um mês musical para o Blog (por algum motivo do além). A entrevista de hoje é com a Luiza Rozza. E como meu Blog é bem eclético dentre as coisas que eu gosto (rsssss) o assunto de hoje é piano! 

1- Quando surgiu o amor pelo piano?

Eu sempre tive interesse por música em geral, acho que por influência familiar. Toda festa de família tinha roda de violão, todas minhas tias (e minha mãe) cantam e algumas aprenderam a tocar violão com meu avô. Infelizmente quando ele morreu, eu tinha apenas dois anos e não tive oportunidade de aprender com ele. Quando eu tinha uns 12 anos tentei aprender com minha mãe me ensinando, mas fui super desajeitada e acabei deixando de lado. Só mais tarde, por volta dos 13 ou 14 descobri um teclado Casio antigo jogado no fundo do armário e resolvi montar ele no meu quarto. Era tudo mais brincadeira mesmo, até que um dia minha amiga de sala (na época eu estava na 8ª série), Ingrid foi lá em casa. Ela tocava teclado há um tempinho, tocou algumas músicas pra mim e eu me apaixonei instantaneamente por aquilo. Achei fantástico e quis aprender de todo jeito! Ela me deu algumas dessas partituras “Toque fácil”, com o tema de Rei Leão, Romeu e Julieta e Para Elisa. Fui pegando e comecei a pedir pra minha mãe me colocar numa aula, coisa que só aconteceu quase um ano depois, já que minha mãe de início não botou muita fé na minha empolgação pra aprender e achou que fosse impulso passageiro. Quando fiz 15 anos meus pais me deram a opção de fazer uma festa ou uma viagem pra Disney. Eu pedi um piano. 

2 - Eu sei bem que piano é muita prática, dedicação, entre outros. Do que foi mais difícil abrir mão nesse tempo todo? Aproveite e fale um pouco da sua banda ou ex-banda. 

Tive que abrir mão de muitas coisas. A princípio deixava de ir a festas no fim de semana pra estudar, perdi as contas de quantos aniversários, churrascos e boates deixei de ir. Houve uma época em que eu fazia aula nos finais de semana (único horário que meu professor conseguiu me encaixar). Muitas vezes meus amigos ficavam chateados comigo e não entendiam porque eu não podia “perder só uma aula”. Mas acho que o mais difícil de tudo foi ter mudado de escola, pois a que eu estudava desde a 5ª série passou a ter ensino integrado e não restava tempo pro piano. Aquilo foi bem difícil de fazer na época, mas agora, a longo prazo, vejo que foi o melhor que eu fiz mesmo! No primeiro ano do ensino médio minha amiga e ex-colega de sala, Nina me convidou pra entrar na banda dela como tecladista. Foi engraçado, ela ficou de joelhos e pegou na minha mão como se estivesse me pedindo em casamento! hahaha... Então começou uma nova fase pra mim! Pela primeira vez deixei o erudito pra tocar Rock. Era muito divertido, fizemos shows em colégio, na PUC e em um bar na Savassi. Na banda eu também fazia vocal principal e segunda voz, o que foi um desafio pra mim, já que eu nunca tinha cantado antes. Foi difícil de deixar o jeitão sério e introspectivo que eu acabei ganhando por sempre tocar e apresentar sozinha, sem precisar interagir com outros músicos, ou com a platéia, mas aos poucos eu tentei consertar isso. Os maiores problemas na época eram a falta de transporte decente (todo mundo menor e pais que trabalham). Era OSSO pegar 2004 lotado carregando teclado, baixo, guitarra e pedais no lombo. Ninguém oferecia nenhuma ajudinha, muito raro. Outro problema era pagar estúdio pra ensaiar, por mais que fôssemos 5 transporte + ensaio + comida sempre pesava no bolso no fim do mês. No final do ano passado a banda ficou em suspenso porque eu e a guitarrista base estávamos muito apertadas pra estudar pro vestibular e o nosso baterista se mudou pro Sul. Espero que ano que vem a gente volte com tudo (incluindo músicas próprias!).


3 - Qual a parte mais complicada quando o assunto é "compor"?

Pra mim o mais difícil de compor é achar uma inspiração. Eu não uso nenhuma técnica pra isso, então só acontece quando eu tenho uma motivação, algum sentimento muito forte que preciso colocar pra fora de algum jeito. Até hoje fiz cinco músicas no piano e uma no violão (com letra). Mas essa ainda não tenho coragem de mostrar! Sempre fui muito reservada pra mostrar as coisas que eu faço, até que decidi me arriscar criando um blog  e mais tarde uma conta no Sound Cloud  pra mostrar um pouco do que eu faço. Até agora não me arrependi, a repercussão foi boa e pra mim a coisa mais legal do mundo é quando alguém que eu não conheço vem me parabenizar e dizer que se emocionou com minhas músicas. Fico muito feliz de verdade!


4 - Como você insere o piano (algo considerado chato para muitos) no mundo mais jovem?

Acho que as pessoas fazem uma ligação muito forte do piano com a música erudita e não percebem a diversidade que o instrumento tem. Atualmente a música popular ganhou muito espaço entre os pianistas, que até pouco tempo não tinham muito como fugir do Clássico. Inclusive virou opção de habilitação no vestibular! Achei bem legal a iniciativa das faculdades de música em expandir o leque criando essa nova habilitação. Acho também que bandas populares entre os jovens que utilizam muito o piano mostram que ele também pode ser um instrumento ‘cool’. Coldplay, Keane, Jet e agora a cantora Pop Lady Gaga são exemplos disso. Mas cá entre nós: na faculdade vou ficar o erudito mesmo!


Blog: A Vida em Compassos
Conta da Luiza no Sound Cloud, escutem lá galera!


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