Entrevista de Sábado!!!

Gente linda, o projeto Entrevista de Sábado está cada dia maior. Antes de começar a falar sobre a nossa entrevista de hoje, queria agradecer a cada pessoa que aceita contribuir com o Blog, falando um pouco sobre algo que faz e se destaca entre os demais seres de BH. Cada entrevista que leio, tenho mais certeza que escolhi às pessoas certas para fazer essa mini-entrevista. A de hoje foi feita em duas etapas, com dois caras super fodas. Coal Jack e Raphael Philippe. Eles falarão um pouco da trajetória e do Projeto Trama. Tenho certeza que vocês irão se surpreender positivamente. As entrevistas foram feitas separadamente, no começo de junho de 2011. Bora ler, folks!

1- Raphael, conte tudo que faz, fez, teve que abandonar...

Bom hoje em dia posso dizer que estou vagando (rs),apenas trabalhando como auxiliar de eletricista, profissão essa que não devo seguir pois este ano ainda pretendo fazer alguns cursos na área de administração, eventos e moda, visando um futuro bem próximo, logo todos vão saber do que se trata. Também estou bem engajado no Projeto Trama, onde eu me encontrei musicalmente. Já tive algumas bandas de rock, que não saíram dos ensaios (rs) mas  sempre quis trabalhar no meio musical, seja ele bastidores ou não, e no rap creio darei certo,pois desde pequeno convivo com ele em minha vida, não só ele como o rock e samba também. Dentro de casa ouvindo rap, influenciado pelo meu falecido tio que me fez ouvir a radio favela daqui de BH, praticamente o dia todo(rs). O samba foi influência do pai, que já tocou bastante na noite com seu antigo grupo, meus primos que ainda tocam, e o rock influenciado pelos meus amigos. Bem, tive de abandonar algumas coias e poucas pessoas sabem disso, desisti do futebol, como meus irmãos e meu pai também, diria que todos nós poderíamos ter um futuro promissor no futebol, mas por questão familiar e da minha parte desanimo mesmo(rs)desistimos, joguei no galinho dos 8 aos 11 anos, mas nessa época o que me chamava a atenção não era o futebol. Meu pai jogou no América Mineiro atuando como goleiro da base, na época do Jair Bala( sim faz muitooo tempo rs), assim como os meus irmãos,Victor e Leandro, jogando na base como lateral direito, desistindo pela forma popular de dizer a ‘panela que existem dentro dos clubes'.

Clique aqui e escute uma música dos caras!!!

2- Coal, agora é sua vez conte tudo que faz, fez e teve que abandonar...

Eu falando nesse mundo que é o hip-hop, comecei bastante cedo por influência de meus primos, que curtiam e dançavam nos bailes de antigamente, e quando eu digo antigamente, me refiro à meados de 90/95. Pois bem... Voltando a alguns anos atrás, no período de 2004 a 2008, tinha um amigo na escola que morava aqui bem perto de casa, e participava de um projeto cultural, que por sinal creio que exista até hoje, o Oboré que tem parceria com o instituto Ayrton Sena. Foi lá que realmente, entrei de cara no hip-hop, aprendi a fazer grafite. Começamos a escrever letras de rap, e concequêntemente fui dançar break no centro cultural da UFMG na época. E durante esse tempo todo eu já era Dj de um grupo que tínhamos que se chamava "Promotoria do Morro", e acho que não abandonei nada desde então, só deixei de fazer o que eu fazia neste tempo porque me ocupei com outras coisas, mas voltei com força total.

3- Como começaram a trabalhar em parceria? Fale um pouco sobre o que fazem juntos.

Coal= Começamos a trabalhar juntos, depois que o Raphael me convidou para formarmos um grupo de rap, o ano não me lembro bem, mas desde então estamos compondo e tivemos uma aceitação muito boa com uma música que fizemos juntos que se chama "Todo malandro vira otário quando ama". Agora vamos gravar todas as nossas músicas em ótima qualidade, e fazer nossa mixtape que contará com a participação de várias pessoas da 22Crew (São várias pessoas de grupos diferentes que em parceria unem todos os grupos, seja para compor, gravar etc.). E em breve gravaremos 2 clipes, um posso falar que é da música "Cultura Hip-hop", e a outra é surpresa!!!

E o que era CNN - Comboio Navio Negreiro hoje se chama Trama.

(Coal Jack)

Raphael= Bom, se não me engano o ano era 2009, convidei o Coal para participar de um projeto que tinha em mente, formar um grupo de rap e ele aceitou mas demorou um tempo para começarmos a levar a sério , começar a compor e gravar. Só no ano passado resolvemos levar a serio a Trama, nos encontrávamos na casa dele, trocávamos uma ideia e outra, tínhamos algumas coisas escritas! O Coal tinha as bases, começamos a gravar para ver como ficava, lembro que em um domingo a noite gravamos a primeira musica da trama, chamada “Todo malandro vira otário quando ama”,que como o Coal disse teve uma boa aceitação não só aqui como em moçambique também, chegando aos ouvidos de rappers renomados na cena deste pais, com isso tivemos um gás enorme, criatividade para compor mais e mais. Creio eu, que muitos achavam que a Trama não sairia do papel e em pouco tempo posso dizer que já saímos do papel, já estamos nas ruas, fazendo algo diferente e saindo do clichê do rap nacional. Estamos preparando a primeira mixtape do grupo que será lançada ainda em 2011, com participais de MC’s nacionais e internacionais. Como o Coal disse, terá boa parte da 22 CREW, o rapper Rolex de Moçambique, dentre outros ... Devemos lançar um clipe antes da mixtape sair, creio que será Cultura HipHop. Não posso esquecer de dizer que em breve teremos uma grande novidade, posso dizer que daremos um passo largo nessa caminhada, surpresa galera, logo vocês irão saber do que se trata, posso adiantar também, que estamos apostando em alguns MC’s,que se juntaram a 22 Crew.

(Raphael)

4- Qual a maior dificuldade em geral, na cena belo-horizontina?

Coal= A dificuldade maior, seria chegar nas pessoas que fazem acontecer, e ter aceitação destas. É aquela velha história do Q.I. Quem indica né?!?! Mas também, o corre tem que ser feito, e não adianta ficarmos parados esperando que o reconhecimento caia do céu. Prova disso, e o que é bastante cômico, é que tivemos uma grande repercussão no cenário hip-hop de Moçambique e nem tanto aqui na nossa terra, que é no Brasil (BH-MG). Gravamos uma música com um MC de lá, vulgo Rolex, e que ainda não foi lançado e estamos aguardando a produção final da música. Consegui parceria de reconhecimento de uma crew de Maputo que se chama Último Nível, criada pelo MC Dygo Juruz que também tem a parceria da prodoção da Afro Twins, que fazem clipes e fotografias. E lá eles são muito famosos, a nível nacional, pois as músicas tocam nas rádios, eles aparecem na TV e por aí vai. Então demos um grande passo quanto a isso. Pena que não foi em Belo Horizonte.

Outra música!!!!

Raphael= Creio que mais espaço para todos, quando falo isso, quero dizer que todos os grupos deveriam se unir em prol da cena, para fortalecer, o que é 'independente', mas hoje em dia, muitos fazem ao contrario. Se vc é meu amigo você toca comigo, caso contrario nem te conheço. É mais ou menos assim que as coisas acontecem em BH, mas falando na cena em geral já podemos ver um crescimento, com alguns festivais independentes bons, e que a cena do hard core de BH, que se fortalece a cada dia. Se todos nós que estamos no meio, nos ajudarmos a coisa muda de figura, largar a panela e visar o crescimento da cena, por um único motivo, todos nos vamos ganhar com isso e a cidade também, mudando essa mentalidade, vamos mostrar que Belo Horizonte não vive só de sertanejo, raves e festivais de axé. 

Música: Todo malandro vira otário quando ama!

Quero agradecer a você pelo espaço, agradecer aos nossos fãs (kkkkk, mentira ainda não temos, lhe dar os parabéns pelo Blog que está muito bacana e pedir para que todos vocês não deixem de acompanhar as novidades da Trama , vamos fortalecer a cena musical da nossa cidade galera, seja ela rap ou rock. 

Viva o rap, viva o HC , viva BH 

Valeu...

(nesse vídeo, indicação do Coal, Parceiros: Dygo Juruz e Afro Twins)