Entrevista de Sábado!!!

Grafite ou grafito (do italiano graffiti, plural de graffito) é o nome dado às inscrições feitas em paredes, desde o Império Romano. Considera-se grafite uma inscrição caligrafada ou um desenho pintado ou gravado sobre um suporte que não é normalmente previsto para esta finalidade. Por muito tempo visto como um assunto irrelevante ou mera contravenção, atualmente o grafite já é considerado como forma de expressão incluída no âmbito das Artes Visuais, mais especificamente, da street art ou arte urbana - em que o artista aproveita os espaços públicos, criando uma linguagem intencional para interferir na cidade. Entretanto ainda há quem não concorde, equiparando o valor artístico do grafite ao da pichação, que é bem mais controverso. Sendo que a remoção do grafite é bem mais fácil do que o piche.

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E é assim que começamos nossa entrevista de sábado, com Louise Musa!

1- Como a sua história com o grafite começou?

Antes de começar a fazer grafitti já admirava essa arte andando pelas ruas. Não tinha desenvolvido antes porque nunca tive contato com ninguém que fizesse o fizesse. Meu marido que também é grafiteiro conhecido como "Surto", quando eu comecei a namorá-lo, já arriscava nas ruas alguns trampos. Demorou um pouco para ele ter confiança e me chamar para fazer grafitti com ele, então em 2007 comecei a fazer meus primeiros riscos nos muros. Meu primeiro grafitti já foi logo em um evento destinado às grafiteiras "1° Intervenção de Graffiti Feminino de Minas Gerais", sendo que antes disso eu só brincava de pintar os grafittis do Surto, o meu mesmo nunca tinha feito em um muro. E depois disso não parei mais, não sou muito frequente nas ruas mas sempre que sobra tempo eu saio para mandar um trampo.

2- Quais as maiores dificuldades que um grafiteiro encontra em Belo Horizonte?

Pra mim a maior dificuldade é o custo do material, que limita um pouco, porque como as pessoas não valorizam nossa arte e acham que não devemos cobrar por isso a maioria das pinturas são custeadas dos nossos bolsos. Então se for olhar isso no final do mês não fica barato. A outra dificuldade que vejo é a desvalorização do grafitti perante a população, que não vê como uma arte, como já disse não acham que nosso trabalho é digno de ser cobrado.

3- O que os seus pais achavam disso no início, pois sabemos que grande parte dos pais ainda não conseguem enxergar arte em algo tão foda?

No ínico meu pai se demonstrava contra. Sempre que saía para fazer grafitti ele fazia algum comentario. Já minha mãe desde o início apoiava, porque também ela já tinha outra visão do que é o grafitti. Agora meu pai já aceita um pouco, mas sempre não perde a oportunidade de brincar falando que vou ser presa por "pichar (rs).

4- O que você tem a dizer a sociedade que ainda tem algum preconceito em relação à essa arte?

Infelizmente isso é uma cultura do nosso país, nossa população ainda não sabe da valor as artes culturais isso não é so com o grafitti. Aos poucos eu percebo que a visão, pelo menos das pessoas mais novas é diferente, porque a maioria das pessoas que nos criticam, são mais velhas. Enquanto grafiteira, tento mostrar uma outra visão do grafitti não só falando mas agindo também. Pois eu acho que muito da fama que temos é por conta de nós mesmos não portamos como verdadeiros artistas (no qual somos, mas cada um com seu estilo próprio).

Louise Musa - Facebook

Vale lembrar, que o grafite vem da cultura hip hop (juntamente com o RAP, DJing e o Break, seus 4 pilares) que se iniciou durante a década de 1970 nas áreas centrais de comunidades jamaicanas, latinas e afro-americanas da cidade de Nova Iorque. Afrika Bambaataa é reconhecido como o criador oficial do movimento.