Clube Atlético Mineiro

Começando a falar sobre a histórias dos times de Minas. Inicio pelo Galo, não por ser meu time, mas por ser o mais velho dos que importam (a mim, claro). Falaremos hoje sobre o time, e seu famoso título que gera tanto deboche, Campeão do Gelo, mas um feito até hoje não repetido por nenhum timinho deste nosso Brasil (com todo respeito). Aos que não fazem melhor, ao menos respeitem um fato que "deu moral" aos times brasileiros, e ao nosso futebol, até então não tão reconhecido! 

Clube Atlético Mineiro, alcunhado como Glorioso! O time foi fundado em 25 de março de 1908. A torcida do Galo, foi a que mais compareceu em jogos na história do Campeonato Brasileiro (de acordo com um levantamento do Globo Esporte). O Atlético foi o time brasileiro que mais conquistou títulos OFICIAIS no século XX, fato provado pelo Revista Placar, onde foi feito um levantamento, listando TODOS os títulos oficiais dos times brasileiros entre 1901 e 2000. 

Primeiro ao último escudo do Glorioso

O time ainda é o maior Campeão Mineiro e possui o melhor CT do Brasil. Em uma série de matérias do canal SporTV sobre finanças e estrutura dos clubes de futebol do Brasil, o Atlético foi apontado como o time mais rico do país. O clube possui o maior ativo entre os clubes brasileiros, além do quarto maior patrimônio (pensando na seguinte hipótese, se os times vendessem todo seu patrimônio e pagassem todas as dívidas). O Atlético foi o primeiro campeão Brasileiro e Mineiro sendo assim o maior campeão estadual do Brasil. Foi duas vezes Campeão da Conmembol, sendo seu último título com alguma importância! Em Minas Gerais, o Atlético Mineiro foi o primeiro clube a criar a fantasia de mascote. Em 1976, foi lançado o primeiro "Galo" que acompanhava as crianças e os jogadores na entrada em campo. A iniciativa permanece até hoje e o mascote, batizado pela torcida como Galo Doido. Mas foi antes, após a conquista do pentacampeonato estadual de 1952 a 1956, que a torcida atleticana adotou o grito de "Galo!", entoando-o nos estádios por onde o time jogava. O hino é um dos mais belos do futebol mundial e constata-se que é o mais cantado no futebol brasileiro nos estádios (um verdadeiro "hit"). Por ser cantado na 1ª pessoa do plural ("Nós somos do Clube Atlético Mineiro/ jogamos com muita raça e amor"), consegue contagiar coletivamente a massa atleticana, apaixonada e fiel ao seu clube e às suas cores. Segundo os dados do Mineirão, a Massa, como é conhecida a torcida atleticana, possui as maiores médias de público e o maior público pagante do Mineirão. O Atlético Mineiro é considerado o clube que possui uma das torcidas mais fanáticas e leais do Brasil. Ao longo dos tempos, a ela vem demonstrando a sua força e estabelecendo recordes, apesar de todos os revezes pelos quais o clube passa. Sua torcida é conhecida internacionalmente por seu fanatismo, criatividade e bom humor. A torcida é, consagradamente, o maior patrimônio do clube, tendo como forma de reconhecimento a camisa 12 aposentada em sua homenagem (primeiro time brasileiro a fazer isso).

Campeão do Gelo 

 Em 1950, o Galo conquistou uma grande façanha. Atravessou o Atlântico para ser o primeiro time brasileiro a jogar no gelado continente Europeu. Até então, somente o Paulistano, clube de São Paulo, já extinto, estivera na Europa, ainda na época do amadorismo no futebol brasileiro. Na delegação, ninguém ainda havia visto neve e os casacos de lã levados pelos brasileiros, suficientes para um inverno tropical, eram inadequados para o rigoroso inverno Europeu. O Galo sabia que teria adversários difíceis, da Alemanha, Áustria, Luxemburgo, Bélgica e França. Na fria Europa do pós Guerra, os atleticanos encontraram os estádios lotados, pois havia por parte dos europeus muita curiosidade em torno dos brasileiros -vice campeões mundiais-, que, segundo notícias recentes praticavam um futebol revolucionário. E em campo o Glorioso confirmou as expectativas. No primeiro jogo, dia 1 de novembro, o Atlético detonou o Bayer de Munique, a sensação do campeonato Alemão por 4X1. No dia 4, uma outra goleada mineira, 4X1 em cima do Hamburg Sportverein, na cidade de Hamburgo. No dia 12 de novembro venceu Shalke 04, líder do campeonato Alemão daquela temporada, pelo placar de 3X1 na cidade de GeselKirchen, entre outros jogos. Para completar a conquista da Europa, o Galo foi a Paris enfrentar seu mais habilidoso adversário, o Stade de France (que mais tarde se fundiu com o Racing Paris). A temperatura era de 6 graus negativos e os mineiros entrarem em campo vestindo agasalhos de lã, luvas e gorros. Nos primeiros minutos, o público que superlotava o Parc de Princes se assustou quando o jogador Barbatana(que mais tarde se tornou técnico do Galo e dirigiu o Atlético no campeonato nacional de 1977) caiu no gramado coberto por neve, sentindo-se mal; sua circulação quase parou e o médico do Atlético o Doutor Adbo Arges teve que colocar o rapaz em uma banheira quente. Depois desse fato, o precavido médico atleticano colocou uma bolsa de água quente para que o goleiro Kafunga não perdesse os movimentos dos dedos. Nessa situação dramática, os atleticanos não meteram medo na torcida francesa que esperava uma vitória fácil. Mas essa situação só durou até aos 30 minutos do primeiro tempo, quando na cobrança de falta o jogador Nívio marcou Galo 1X0. No segundo tempo, sob o comando de Zé do Monte, que parecia não sentir os efeitos do frio, o Galo colocou os franceses na roda. E aos 23 minutos Alvinho driblou o jogador francês e tocou para Nívio marcar Galo 2X0. Os franceses ainda fizeram um golzinho no finalzinho da partida. Com o apito final, os mineiros comemoraram a vitória com extrema euforia, afinal em 10 jogos em gramados europeus o Galo venceu 6, empatou 2 e perdeu apenas 2. Uma campanha indiscutivelmente vitoriosa que deu ao Clube Atlético Mineiro o direito de se aclamar como o CAMPEÃO DO GELO!

Time: Cafunga e Mão de Onça (goleiros); Afonso, Oswaldo, Juca, Moreno, Vicente, Zé do Monte, Haroldo, Barbatana, Vicente Perez e Márcio (defesa/meio-campo); Lucas, Lauro, Cezinho, Alvinho, Vavá, Nívio, Vaguinho e Murilinho (atacantes) – Técnico: Ricardo Dias.

Recepção em BH

Fontes:

WebGalo

Galo Forte

Wikipédia

Revista Placar